terça-feira, 22 de março de 2011



Eis aqui o momento hilariante desta caminhada, quem vir pensa que a Ana vai em direcção a Fátima e não para Santiago, como era o objectivo desta peregrinação. A Lenita mais parecia que estava a saltar às cordas. O Amadeu bufava por todo o lado.





A Paula, cheia de saudades do mais que tudo, que tinha deixado em Portugal. Chorou baba e ranho, durante a viagem toda, isto é, só quando se lembrava, de outra forma, penso que nem se lhe passava semelhante ideia pela cabeça. Mas devo confessar que me surpreendeu, pois foi uma caminhante exemplar, não se queixou, não teve bolhas, o que aliviou a carga de trabalho, ao Zézito, no entanto teve alguma fadiga muscular o que não admira devido ao enorme esforço a que foi sujeita. Acompanhou sempre a boa bebida, não deixando os seus créditos por mãos alheias.


Continuamos a nossa caminhada, e sentindo as dificuldades que a Ana poderia ter, começamos por voltar atrás ao seu encontro, tomando assim maiores precauções, sabendo que a Lenita vinha sempre com ela, nunca a deixando só. Para prémio de consolação de ter conseguido chegar um pouco mais longe, resolvi dar-lhe uma medalha, como no meio do monte, entre outras coisas para oferecer seria uma pinha, ficando bem retratada neste momento. Entrada no concelho de Redondela



Quando chegamos aqui, depois de termos descido um caminho de inclinação de mais de doze por cento, o que obrigou os travões das bicicletas a ferver, fizemos uma pausa para os mesmos arrefecerem, e desta forma esperamos pelos nossos caminhantes. Aqui surgiu uma episódio hilariante, à medida que iam chegando os nossos peregrinos eis que surge a Ana a andar de marcha a trás, risota pegada, mas com justificação, como os seus pés, cada vez mais pioravam, o descer de frente forçava o dedo grande que começava a ficar com a unha pisada, provocando mau estar e alguma dor. Como diz o ditado “quem não tem cão caça com um gato”.


Estamos num momento de pausa, para retemperar as forças. Entretanto a Ana precisou de tratamento especial, os seus pés e principalmente o esquerdo, já sofria de algumas bolhas, as quais foram devidamente tratadas pelo nosso enfermeiro de serviço, o Zézito que com larga experiência no assunto, o fez de modo muito profissional. Ficando a massagem para o Tio Amadeu, que habituado a Spas de luxo, tem arte e engenho para tal. Deus nos livre de precisar das nossas forças armadas, mais principalmente da Marinha, que anda neste estado de sítio, já não se fazem marinheiros como antigamente.



Iniciamos a etapa pelas sete horas e quinze minutos, já com as pequenas mazelas, que se foram ganhando ao longo da etapa anterior e com a distribuição dos alimentos feita. Se na verdade estávamos a tratar da alma, não podíamos descorar o corpo, se este ficasse doente não iria com certeza ajudar muito. Sem corpo o que seria da alma, embora devo confessar, que muitos deveriam mais tratar da alma, pois o corpo já não tem remédio. Desses corpos emanam tamanho cheiro que punham o Albergue em sentido quando se ouvia a tossir ou rouquidão, logo vinha um cheiro nauseabundo que mais parecia uma Etar. E assim lá continuamos a nossa caminhada.

segunda-feira, 14 de março de 2011



No município encontraram-se abundantes vestígios do Paleolítico e da idade do bronze, especialmente na freguesia de Budinho, o que evidencia larga temporada de ocupação deste território.
Durante a idade Média o regime senhorial esteve fortemente consolidado no Porrinho, dominado por castelos dos que hoje quase não se encontram restos; os castelos de Mirabel e Orbanilee a forteleza de Erbilone.
Porrinho nasceu como população no cruzamento de caminhos, situado ademais na rota de peregrinação a Santiago desde Portugal.

As socialaites ainda andavam bem dispostas, porque apesar de as maleitas começarem a aparecer, mesmo assim não eram significativas, por isso tinham este ar de satisfação e alegria. É de referir, que a alegria sempre fez parte deste grupo, apesar do sacrifício que principalmente a Ana, teve de suportar durante a sua caminhada. No entanto tenho de referir que esta pose é digna de registo. A Ana, já começava a sentir o peso dos pés, por isso queria levar os pés nas mãos.


Depois de nos instalarmos no Albergue, e termos tomado um bom banho, fomos fazer uma não menos boa refeição que as nossas Marias tiveram a amabilidade de nos presentear. Fomos todos tomar um cafezinho no centro histórico. Entretanto como as horas não param, as nossas Marias tinham de regressar a Portugal, feitas as despedidas chegou a hora da partida. O grupo foi descansar o esqueleto, que bem o merecia, depois de ter sido submetido a um esforço para o qual não estava habituado. Neste Albergue, que tem apenas duas salas de dormir com aproximadamente vinte lugares cada uma. Tivemos a sorte de ficarmos só nós numa dessas salas. O que nos proporcionou uma noite bem mais tranquila. O jantar não foi motivo de preocupação, na medida em que as nossas Marias nos tinham deixado a restante comida, que ainda deu para levar para o lanche do dia seguinte. Estas fotos demonstram a preocupação de quem parte e o relaxamento de quem fica, o esgotamento físico faz-se notar. É como quem diz, o corpo está a pedir trabalho, castiga-o com descanso.