quarta-feira, 26 de janeiro de 2011






Os peregrinos foram chegando uns atrás dos outros num ritmo admissível, como se ia nas primeiras horas de caminhada não se faziam ainda notar o cansaço, notava-se sim, nas caras expressões alegres e sorridentes. No entanto as “socialaites” mais pareciam as arrastadeiras, foram as últimas a chegar, como não podia deixar de ser. Entretanto tínhamos comentado com as Marias, as peripécias que tínhamos tido com a Rosa, metendo o Amadeu e o Domingos ao barulho, foi uma risota pegada com elas.
Continuamos a marcha até ao Porrino, aqui fizemos uma pequena visita na zona histórica, que é muito bonita com os seus edifícios bem tratados. Reunião do grupo, carimbo das credenciais no Ajuntamento, e de seguida dirigimo-nos para o Albergue que fica depois da linha de comboio. O Albergue aqui retratado, tem boas condições, o que proporciona uma noite de descanso aos peregrinos. As Marias já se encontravam à nossa espera, pois a Luísa uma ex peregrina conhecia o caminho e chegaram sem dificuldade.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Neste momento, em que o Amadeu parece que ficou a ver o Domingos e a Rosa, por um canudo. Isto é, já não aguentava a pedalada deles. Por isso muito disfarçadamente se sentou para beber água, para baixar o seu ritmo cardíaco, se o não o fizesse correria o risco do seu coração sair-lhe pela boca fora. Entretanto eu e o Carlos estávamos a fazer a reportagem fotográfica, para mais tarde os factos não poderem ser negados. Como vemos o Domingos agarrado ao saco para retirar a sua água pois de tanto conversar com a Rosa, a boca deveria estar seca. Foi por esta altura que nos juntamos todos e a Rosa vendo que tínhamos tirado estas fotos pediu - nos para as mandar. Também nos disse que era de Caldas de Rei, e foi-nos perguntando em que dia estava prevista a nossa chegada a Caldas. Entretanto informou-nos que já existia um Albergue em Caldas de Rei. A última vez que fizemos este caminho, em Caldas tivemos de ficar numa pensão, em que dormimos todos no mesmo quarto, mais parecia um Albergue, em ponto pequeno. Entrei com o Amadeu que de SPA portuga, com este conhecimento, abriria em Caldas nas termas um SPA de luxo para os amigos. Mas para isso teria de convencer a Rosa e os seus conhecimentos na comarca de Caldas, pois ela é funcionária lá. Devido à grande pedalada da Rosa, o Amadeu foi ficando para trás e, o negócio ficou-se por terra, com muita pena nossa porque poderíamos aproveitar este espaço para bem da nossa saúde com o respectivo desconto familiar, deitando assim por terra todas as nossas expectativas.
Estávamos com cerca de duas horas de caminho, e perto do lugar previamente estabelecido para a pausa do lanche, que gentilmente a Augusta a Terezinha e a Luísa tinham para nós. Chegamos ao local eu e o Carlos e as senhoras já lá se encontravam, preparando as sandes e os sumos para os caminhantes.





Na catedral de Tui tínhamos estado com um grupo de espanhóis que nos pediram para tirar umas fotos do grupo. Este grupo era constituído por trinta pessoas aproximadamente, entre elas estava a Rosa que entretanto me tinha dito que também estavam a fazer o caminho mas de forma faseada, isto é só faziam uma etapa por fim de semana. Isto passou, e a conversa ficou por ali. Continuando a nossa caminhada, eis-nos parados à espera dos nossos caminhantes. Entretantocomo não adiantava muito ir depressa, ficamos aqui à espera que eles se aproximassem. Qual não foi o nosso espanto, quando nos apareceu o Domingos e o Amadeu de sorrisos abertos na companhia de “La Rosita”, que entretanto deixara para trás os seus companheiros de viagem, não se importando deles para nada. A companhia dos “portugas” devia estar muito mais interessante, que a enfadonha companhia da sua colectividade. Segundo nos relataram que nem deram pelo caminho percorrido. Com certeza que não, pois o Domingos já tirava o chapéu de tanto calor em sua volta. O Amadeu já todo transpirado, notório na sua t-shirt, aqui bem retratado, não podendo negar os factos., devido á elevada intensidade da marcha imprimida para rapariga. Segundo nos disse a Rosa, o grupo desta só fazia uma etapa por fim de semana, até Santiago. O que implicava uma maior performance, notória na sua passada, o que para o Domingos e Amadeu, era mais que permitia a força humana. A certa altura foram ficando para trás.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011


O Domingos, iniciou a sua caminhada, com o cabo da enxada, e o saco da boroa, mais parecendo um alentejano. Neste dia ficou dispensado de levar a mochila, devido ao avançado da idade, permitindo assim uma boa adaptação ao terreno. E como primeiro dia foi retemperando as forças., pois elas iriam ser necessárias ao longo da nossa caminhada. Devo confessar, que o Domingos surpreendeu pela positiva, na medida em que aguentou todo o percurso sem nenhum queixume, o que é de louvar devido ao seu ADN (Afastamento da Data do Nascimento).

O Carlos na desportiva, só queria fazer quilómetros de bicicleta, como isca de fígado que é, só vê pedal, trilhos e nada mais. Reconheço que é uma excelente ajuda, nas tarefas mais simples às mais complicadas, não virando nunca a cara á luta e sempre disponível e predisposto para tudo. Para mim é sem duvida uma mais - valia na medida do meu estado avançado de ADN, nem sempre estava tão solícito como ele. Ou seja, como ele tem um pouco menos de ADN, eu aproveitava-me disso e, ficava sempre na expectativa que ele tomasse a iniciativa. Assim podia avaliá-lo, e devo dizer que passou com nota de apto

A zona histórica de Tui, já remonta do tempo dos romanos. O nome do município foi dado pelos romanos como Tude, e foi mencionado pelos escritores Estrabão e Ptolemeu. Estrabão foi um historiador, geógrafo e filósofo grego. Foi o autor da monumental Geographia, um tratado de 17 livros contendo a história e descrições de povos e locais de todo o mundo que lhe era conhecido à época. Durante o período visigodo. Cláudio Ptolemeu ou Ptolomeu, foi um cientista grego que viveu em Alexandria, uma cidade do Egipto. Ele é reconhecido pelos seus trabalhos em matemática, astrologia, astronomia, geografia e cartografia. Realizou também trabalhos importantes em óptica e teoria musical. Tui foi uma das sés do pequeno reino da Galécia (actualmente corresponde à diocese de Tui -Vigo). Foi depois capital de uma das sete províncias do antigo Reino da Galiza até 1833. A Galécia foi uma província romana a noroeste da Península Ibérica, que corresponde ao território onde se encontra a actual Astúrias, Galiza, e o norte de Portugal. A cidade mais importante e capital histórica era Bracara Augusta, a actual cidade de Braga. Deixo-vos aqui e4ste apontamento histórico, de certa forma retrata bem que somos um povo semelhante aos galegos.



Aqui estão as “Socialaites”, as meninas mais “in”, no lado esquerdo ao fundo já seguiam os outros. Aqui a Ana, mais parecia uma turista em busca do desconhecido. Largo sorriso no rosto, de baton na mão, para estar o retrato completo só faltava mesmo a máquina fotográfica. A Helena como uma verdadeira escutista, já levava a mochila às costas, não brincando em serviço. Dando a ideia de uma mulher de armas, não fosse marinheira de águas turbulentas.
Eu, o Zé e a Paula aproveitamos como fundo a catedral de Tui, para registar este momento. A Paula mais parecia um bacalhau seco, de tão direitinha que estava, eu com a minha caixa de guardar o capacete, todo redondinho. O Zé, bem a caminho de ter também uma caixa de guardar capacete e com a mochila, às costas também ele com o espírito de escutista presente. Devo referir aqui que a Paula neste dia foi mais uma turista, sem mochila e de óculos escuros, não parecia que ia em peregrinação.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

1º Etapa
De Valença a Porrino

Iniciamos a nossa caminhada, atravessando a ponte, que por definição é uma passagem para a outra margem, e neste caso para outro país também. Neste dia para além do apoio dos ciclistas, também tivemos a ajuda da Augusta, Terezinha e Luísa, que nos acompanharam até ao Porrino, com segundo objectivo, queriam fazer umas compras no outelet de Tui, juntando assim o útil ao agradável. O que proporcionou certo alívio, aos nossos caminhantes, pois alguns deles, como a Ana, a Paula, o Domingos e o Amadeu, deixaram as respectivas mochilas na carrinha. Tenho de referir que os ciclistas também deixam as suas na carrinha. Deixo aqui um louvor aos peregrinos Zé e Lena que com o seu espírito de escuteiros, levaram sempre a sua carga nas costas.
Chegamos aqui ao primeiro marco do caminho português, indicando a direcção e a distância que nos faltava percorrer. À esquerda da vírgula ainda tinha três dígitos. O Amadeu aqui parecia estar já com alguma fadiga, já só se queria encostar. O “Boleias” hoje e nos restantes dias, terá de se contentar mesmo com a ajuda dos seus pés. O carro de apoio acabaria nesse mesmo dia. Por conseguinte deveria mentalizar-se, que não adianta ficar para trás a tirar fotos, como justificação, para vir de boleia, terá de pedir boleia aos seus pés para continuar.